Eu tenho essa doença!
Você arriscaria um palpite para explicar o termo Poliarterite Nodosa (PAN)? Vamos definir essa expressão por partes. ‘Poli’ significa vários e ‘arterite’ é a inflamação das artérias. ’Nodosa’, por sua vez, é a aparência dessas artérias inflamadas, pois, em geral, elas apresentam pequenos nódulos (como se fossem um balão).
O que essa doença tão séria faz no corpo? Ela destrói a parede dos vasos sanguíneos e vai direto nas pequenas e médias artérias, desta forma, essas paredes ficam enfraquecidas.
Fonte: http://www.segs.com.br/saude/9943-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-poliarterite-nodosa.html
Fisiopatologia
A PAN é caracterizada por uma inflamação necrosante transmural e segmentar das artérias musculares, mais comumente observada nos pontos de bifurcação dos vasos. Diferente de outros distúrbios vasculíticos, a PAN não envolve vênulas pós-capilares ou veias. As lesões geralmente estão presentes em todos os estágios de desenvolvimento e cura. Lesões precoces contêm leucócitos PMN e, ocasionalmente, eosinofilia; lesões posteriores contêm linfócitos e células plasmáticas. Não há ocorrência de inflamação granulomatosa. A proliferação da íntima com trombose secundária e oclusão ocasiona infarto de tecido e órgão. O enfraquecimento do vaso muscular pode causar pequenos aneurismas e dissecção arterial. A cicatrização pode resultar em fibrose nodular da adventícia.
Os rins, pele, nervos periféricos, articulações, músculos e trato GI são mais comumente afetados. O fígado e coração também são afetados com alguma frequência. Ocorrem isquemia e infarto renal, mas a glomerulonefrite não é característica de PAN. Púrpura não é característica de PAN.
Fonte: http://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/poliarterite-nodosa-pan
Manifestações
As manifestações possíveis da poliarterite nodosa são muito variadas, na medida em que estão dependentes, consoante os casos, da localização do processo inflamatório vascular e dos órgãos privados da adequada irrigação sanguínea. De facto, teoricamente, a poliarterite nodosa pode, de acordo com a intensidade, a localização da arterite e a extensão da consequente alteração circulatória, provocar manifestações e complicações consequentes a qualquer sistema orgânico.
A doença costuma evidenciar-se através de manifestações pouco específicas, tais como febre, cansaço, dores articulares e musculares, perda de apetite e emagrecimento. Estes sinais e sintomas são persistentes, as dores articulares são inconstantes e os músculos esqueléticos têm tendência para ficar débeis. Por vezes, nomeadamente quando os vasos que irrigam o tubo digestivo são afectados, o início da doença caracteriza-se pelo aparecimento de dores abdominais, náuseas, vómitos e diarreia, por vezes sanguinolenta.
Para além dos músculos esqueléticos e do aparelho digestivo, os órgãos mais afectados pela doença são os rins, o coração, o sistema nervoso e a pele. Caso os rins sejam afectados, a doença costuma provocar hipertensão arterial, que muitas vezes evolui para insuficiência funcional dos órgãos, manifestando-se através de uma evidente diminuição ou, até mesmo, paragem da produção de urina e de todas as consequências provocadas por uma deficiente filtração do sangue (insuficiência renal). Caso as artérias coronárias sejam afectadas, a poliarterite nodosa costuma provocar alterações cardíacas que se manifestam através de dores no tórax e que se podem complicar com o aparecimento de arritmias ou um enfarte do miocárdio. A inflamação das artérias que irrigam o sistema nervoso periférico costuma proporcionar o aparecimento de formigueiros, dores em várias zonas do corpo, enquanto que, em alguns casos, origina uma perturbação do sistema nervoso central, com crises de dor de cabeça, ataques convulsivos, problemas ao nível do comportamento ou até quadros psicóticos. Se os vasos que irrigam a pele forem afectados, a doença costuma manifestar-se através de alterações típicas, nomeadamente ulcerações cutâneas ou nódulos subcutâneos.
Um depoimento de quem lutou e sobreviveu a morte
Depois de alguns anos em tratamento, depois de alguns estragos em minha saúde e em minha vida, finalmente minha reumatologista conseguiu fechar meu diagnostico, sou portadora de uma doença autoimune conhecida como Vasculite - Poliarterite Nodosa - PAN
Minha doença está controlada, faço uso de azatioprina (imunossupressor) e a doença se mantem inativa desde 2005. Mas até chegar aqui ela fez um grande estrago, me levando ao coma e a quase morte por algumas vezes.
Tudo começou quando fui para o centro cirúrgico para retirar meu rim direito que já estava sem função e me deixando com uma hipertensão incontrolável. Meu urologista resolveu então que retiraria meu rim por videolaparoscopia. A surpresa veio na mesa do centro cirúrgico quando ele deparou com meu abdome completamente tomado por uma infecção, todos os órgãos estavam "podres", dissolvendo. Foi chamado um cirurgião gástricos às pressas e começa a luta para salvar minha vida, meu médico urologista retirou meu rim direito da forma tradicional e passou para o gastro tentar um milagre.
Nessa cirurgia que durou 12 horas foram retirados 30% do meu estômago, a cabeça do pâncreas, uma costela, duodeno, vesícula, me colocaram em coma induzido e o médico preparou minha família dizendo que eu não sobreviveria até o dia seguinte. eu estava nas mãos de deus, todos esperavam por um milagre...
Longos dias e cada dia era um órgão que parava de funcionar, aparelhos, luta ferrenha e depois de 17 dias eu saio do coma, foram dois meses internada. contraio uma infecção hospitalar, mas em outubro de 2005 meu urologista me mada para casa, eu iria passar o dia das crianças com meus filhos...
A saga continua...
Em dezembro do mesmo ano, tenho uma dor de cabeça infernal. era tão assustadoramente grande que minha vontade era desmaiar, estava acontecendo meu primeiro AVCH sim um derrame cerebral hemorrágico, convulsão e estava eu novamente na UTI. Sem sequelas volto uma semana depois para casa, para passar o Natal em família deitada em uma cama.
Uma semana depois acontece o seguindo AVCH ( mais uma semana de UTI e uma esperada alta médica para eu voltar para minha casa), e doze dias depois um terceiro AVCH e volto para mais alguns dias na UTI. Entre médicos dizendo que não podiam fazer nada, que não sabiam o que estava acontecendo comigo, uma reumatologista descobre que tudo isso era uma doença autoimune chamada vasculite. Finalmente aquela bomba poderia ser desarmada e foi o que aconteceu e que mantém viva até hoje.
Tratamento
Faço uso de azatioprina um imunossupressor, eventualmente ferro, vitamina ácido fólico, conforme o resultado dos meus exames de rotina que são feitos a cada três meses). Este medicamento tem uma lista enorme de cotra indicações, entre elas a anemia, enjoo, cólicas abdominais, queda de cabelos só tive nos primeiros meses de tratamento depois parou.
Os posspiveis efeitos colaterais dessa driga sçao graves, porém no meu caso espe´cifico é um risco menor que a própria doença.
Parte da bula da azatioprina (Imuran): "...corticosteróides, tem demonstrado aumento na sensibilidade a infecções virais, fúngicas e bacterianas, incluindo infecções graves e atípicas, como varicela, herpes zoster e por outros agentes infecciosos (veja Precauções e Advertências). Neoplasias benignas e malignas (incluindo pólipos e cistos) Raros: neoplasias, incluindo linfomas não-Hodking, câncer de pele (melanoma e não- melanoma), sarcomas (Kaposi e não-Kaposi), câncer de colo do útero in situ, leucemia mielóide aguda e mielodisplasia (veja Precauções e Advertências). O risco de desenvolvimento de linfomas não-Hodking e outras neoplasias, principalmente câncer de pele (melanoma e não-melanoma), sarcoma (Kaposi e não-Kaposi) e câncer de colo do útero in situ, é aumentado em pacientes recebendo drogas imunossupressoras, particularmente em pacientes transplantados recebendo tratamento agressivo. Nestes casos, esta terapia deve ser mantida na dosagem mínima eficaz. O risco aumentado de desenvolvimento de linfomas não-Hodking em pacientes com artrite reumatóide imunossuprimidos, comparados com a população em geral, parece estar relacionado, pelo menos em parte, com a própria doença. Foram relatados raros casos de leucemia mielóide aguda e mielodisplasia (algumas em associação com anormalidades cromossômicas). Transtornos do sangue e do sistema linfático Muito comuns: depressão da função da medula óssea, leucopenia. Comum: trombocitopenia. Incomum: anemia. Raros: agranulocitose, pancitopenia, anemia aplástica, anemia megaloblástica, hipoplasia eritrocítica. Imuran pode estar associado a uma depressão dose-dependente e geralmente reversível, da função da medula óssea, mais freqüentemente expressa como leucopenia; algumas vezes, como anemia e trombocitopenia e raramente como agranulocitose, pancitopenia e anemia aplástica..."
Pessoas que fazem tratamento com imunossupressores tem sua imunidade muito baixa e portanto maior facilidade de contrair doenças por vírus ou bactérias, portando cuidados básicos como manter as mãos sempre higienizadas, não colocar as mãos nos olhos, boca, nariz, evitar contato com pessoas resfriadas, gripadas ou com doenças contagiosas, doenças oportunistas em pessoas com baixa imunidade podem ser fatais. Algumas vacinas com vírus vivos também estão proibidas.
No meu caso o sol está definitivamente proibido porque a exposição ao sol poderia ativar a minha doença. Assim engravidar também colocaria minha vida em risco.
Qualidade de vida, alimentação natural, bom sono, sem estresse, tudo isso ajuda na qualidade de vida da pessoa portadora de doença autoimune, então estar feliz para mim é Lei.
Fonte: Catia Lins
Vasculite PAN
Como disse minha geneticista: Você tem a forma mais grave de vasculite, ela pode acometer qualquer órgão do seu corpo, não pode nunca parar de tomar seu medicamento porque isso é mortal.
A PAN está relacionada com a Hepatite B ou C, porém no meu caso eu nunca tive hepatite.
Prognóstico
Sem tratamento, a taxa de sobrevivência de 5 anos é < 15%; com tratamento, é de 80%, mas pode ser menor para pacientes com hepatite B. O prognóstico é melhor se a remissão da doença for atingida em 18 meses após o diagnóstico.
Os seguintes achados estão associados a um pobre prognóstico:
Fonte: http://www.merckmanuals.com/pt-us/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/poliarterite-nodosa-pan
Em construção...